Imagine que o pastor da Igreja Batista típica tenha se convencido de que a Trindade é falsa. Em vez de acreditar que Deus é três pessoas, ele passa a acreditar que Deus é uma pessoa que desempenha três papéis: às vezes Ele age como Pai, outras vezes age como Filho, e outras vezes ainda como o Espírito Santo. Esta concepção é chamada de modalismo e, desde o século III, tem sido considerada uma heresia para a Igreja.
Ora, se a doutrina da Trindade for realmente importante, esperaríamos que a sua rejeição por parte do pastor em favor do modalismo provocasse ondas de choque por toda a Igreja. Más será que aconteceria isso mesmo? Eu duvido. Ao contrário, desconfio que , enquanto ele continuasse a mencionar o Pai, o Filho e o Espírito Santo, não importaria se ele acreditava ou não que eram todos a mesma pessoa.
Dentro do cristianismo, há poucas palavras com um gume tão afiado quanto a palavra heresia.Talvez a mais séria das preocupações seja referente a doutrina da Trindade, segundo o modalismo, Deus não é três pessoas distintas, mas sim uma pessoa que atua em três papéis na história. Nesta concepção, Deus é como um ator que usa três máscaras diferentes durante seu desempenho. Desta maneira,Deus primeiro atua como o Pai, depois como filho e finalmente como o Espírito Santo.
Assim sendo, precisamos começar observando que muitos críticos do cristianismo têm acusado a doutrina da Trindade de ser contraditória. Afinal, os trinitarianos afirmam que há três pessoas divinas e distintas: O Pai, O Filho e o Espírito Santo, más há apenas um Deus. Isto levou o unitariano do século XVIII, Joseph Priestley, a se queixar de que a afirmação de que Pai, Filho e Espírito Santo são um Deus " é certamente uma grande contradição, como seria dizer que Pedro, Tiago e João, possuindo cada um deles uma característica que é requisito para constituir um homem completo, no todo não são três homens,mas apenas um homem". Segundo críticos como Priestley, para os cristãos reconhecerem três seres divinos, devem admitir que realmente são triteístas ( ou seja, que acreditam que há três deuses)! É apenas o pensamento obstinado e confuso que lhes permite insistir que são monoteístas.
Mas a grande afirmação da doutrina da Trindade na Sagrada Escritura é que existe um só Deus, que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são Deus, e que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são distintos. Vamos parar um momento para considerar algumas evidências bíblicas para cada uma destas afirmações.
Existe um só Deus. Está é a admissão mais simples a ser estabelecida, pois o monoteísmo é o ensinamento consistente da Sagrada Escritura ( Êxodo 3:14; Isaías 44:6) e nunca foi questionado pelos primeiros cristãos ( 1 Coríntios 8:6; Tiago 2:19 ).
O Pai, o Filho e o Espírito Santo são Deus. Em todo o Novo Testamento, o título de Deus é consistentemente aplicado ao Pai ( por exemplo, Mateus 6:9; 1 Coríntios 8:6 ). Mas há também evidências da divindade do Filho e do Espírito? Jesus é explicitamente identificado como Deus em algumas poucas passagens, incluindo João 1:1, 1:18 e na incrível confissão de Tomé em João 20:28, em que declara a Jesus: " Meu Senhor e meu Deus!."
Outras passagens se referem à divindade de Cristo, incluindo Romanos 9:5, Colossenses 1:15 e 2:9, e Hebreus 1:10-12, nas quais o escritor aplica a Jesus a descrição de Javé no Salmo 102;25-27.
Mas meu exemplo preferido da Sagrada Escritura para divindade de Cristo está no inigmático livro do Apocalipse: enquanto o Senhor Deus se proclama como " O Alfa e o Ômega " em 1:8 compare com Isaías 44:6, mais tarde, em 22:13, Jesus se descreve como Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, compare com Hebreus 13:8. Com este título divino, encontramos uma revelação realmente bela da plena divindade de Cristo atingindo o clímax final de toda a Sagrada Escritura! Além destes textos, os primeiros cristãos dirigiam orações ( Atos 7:59-60; 1 Coríntios 16:22; 2 Coríntios 12:8; Apocalipse 22:20 ) e louvores ( Hebreus 13:21; 2 Pedro 3:18) a Jesus. Na verdade, Deus ordena a seus anjos que adorem Cristo (Hebreus 1:6) e, no Apocalipse, vemos uma visão de todas as criaturas no céu e na terra louvando a Deus e ao Cordeiro (5:13)! Quando se considera que todas estas afirmações estão sendo feitas pelos convertidos recentes do judaísmo, a religião mais vigorosamente monoteísta que o mundo jamais conhecera, o efeito é simplesmente espantoso! De algum modo, os primeiros seguidores de Jesus foram direcionados a reconhecer que ele tinha uma divindade igual à do Pai, ainda que continuassem a manter seu compromisso com o monoteísmo.
Há pouca dúvida de que a Sagrada Escritura retrata o Espírito Santo como plenamente divino, pois ele é o Espírito de Deus (Mateus 3:16) e de Cristo (Romanos 8:9). Além disso, o único pecado imperdoável é blasfemar contra o Espírito Santo (Marcos 3:29), e mentir ao Espírito Santo equivale a mentir a Deus (Atos 5:3-4). Assim, a preocupação de grande parte do debate inicial sobre o Espírito Santo era definir se o Espírito Santo era uma pessoa distinta. O problema surgiu porque a palavra "espírito" pode também ser traduzida como hálito, e "hálito de Deus" soa como se ele pertencesse à mesma categoria antropomórfica de a mão do Senhor (Êxodo 7:5) e os olhos do Senhor (Gênesis 18:3, 10). (Ninguém está inclinado a admitir Pai, Filho e Espírito/hálito de Deus?) Não obstante, a Igreja concluiu que o Espírito Santo não era meramente uma descrição antropomórfica do hálito de Deus, mas uma pessoa distinta.
Uma razão excelente para se acreditar que o Espírito Santo é uma pessoa, é porque assim o acreditava Jesus. Afinal, Jesus prometeu o Espírito Santo como outro consolador (o que significa outro como Jesus, um da mesma espécie) que vira na sua ausência (João 14:16-17). Se Jesus é uma pessoa divina, então isto implica a vinda de outra pessoa divina. Esta interpretação é reforçada pelo fato de Jesus se referir ao Espírito Santo pelo pronome pessoal "ele", como em "ele dará testemunho de mim" (João 15:26) e "ele vos guiará a toda a verdade" (João 16:13). Esta não seria a maneira de se descrever hálito! Não surpreendentemente, a Igreja inicial vivenciou o Espírito Santo como uma realidade pessoal que falava aos apóstolos e os guiava (Atos 9:31, 13:2).
O Pai, o Filho e o Espírito Santo são distintos. Finalmente, voltamos ao grande número de textos do Novo testamento que distinguem claramente as pessoas. Por exemplo, durante o batismo de Jesus, o Pai falou do céu e o Espírito Santo desceu como uma pomba (Lucas 3:21-22). Dados os os papéis distintos que o Pai, o Filho e o Espírito Santo desempenharam neste evento específico, parece muito implausível supor que o batismo consistia de uma pessoa divina assumindo simultaneamente todos os três papéis! Na verdade, as três pessoas repetidas vezes se distinguem uma da outra quando Jesus orou ao pai em Getsêmani e deu sua palavra ao Espírito no aposento superior. Além disso, podemos acrescentar muitas outras passagens em que as pessoas são claramente distinguidas (ver Mateus 28:19-20; 1 Corintios; 12:4-6; 2 Coríntios 13:13; Efésios 2:18; 1 Pedro 1:2-12; Judas 20-21; Apocalipse 1:4-5).
Esta evidência sugere que, longe de resolver conceber uma doutrina aparentemente contraditória, os cristãos foram obrigados a aceitar este conjunto de afirmações pelas próprias revelações do Novo Testamento. Entretanto, embora este possa ser na verdade o testemunho da Sagrada Escritura, não diminui o fato de parecer envolver uma afirmação contraditória de que um é igual a três! Embora os cristãos admitam o problema, em vez de admitirem que o ensino é contraditório, eles o explicam como sendo um paradoxo (ou seja, uma aparente contradição). Três pontos corroboram esta afirmação. Primeiro, a doutrina da Trindade não é estabelecida de maneira diretamente contraditória. Isto é, os cristãos não dizem que "o Deus único é três deuses". Isso seria contraditório. Em vez disso, declaram que Deus é três pessoas. Embora esta manobra possa ser insuficiente para garantir a coerência da doutrina, é suficiente para evitar uma contradição explícita.
Extraído do Livro " Encontre Deus Na Cabana"
O Pai, o Filho e o Espírito Santo são Deus. Em todo o Novo Testamento, o título de Deus é consistentemente aplicado ao Pai ( por exemplo, Mateus 6:9; 1 Coríntios 8:6 ). Mas há também evidências da divindade do Filho e do Espírito? Jesus é explicitamente identificado como Deus em algumas poucas passagens, incluindo João 1:1, 1:18 e na incrível confissão de Tomé em João 20:28, em que declara a Jesus: " Meu Senhor e meu Deus!."
Outras passagens se referem à divindade de Cristo, incluindo Romanos 9:5, Colossenses 1:15 e 2:9, e Hebreus 1:10-12, nas quais o escritor aplica a Jesus a descrição de Javé no Salmo 102;25-27.
Mas meu exemplo preferido da Sagrada Escritura para divindade de Cristo está no inigmático livro do Apocalipse: enquanto o Senhor Deus se proclama como " O Alfa e o Ômega " em 1:8 compare com Isaías 44:6, mais tarde, em 22:13, Jesus se descreve como Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, compare com Hebreus 13:8. Com este título divino, encontramos uma revelação realmente bela da plena divindade de Cristo atingindo o clímax final de toda a Sagrada Escritura! Além destes textos, os primeiros cristãos dirigiam orações ( Atos 7:59-60; 1 Coríntios 16:22; 2 Coríntios 12:8; Apocalipse 22:20 ) e louvores ( Hebreus 13:21; 2 Pedro 3:18) a Jesus. Na verdade, Deus ordena a seus anjos que adorem Cristo (Hebreus 1:6) e, no Apocalipse, vemos uma visão de todas as criaturas no céu e na terra louvando a Deus e ao Cordeiro (5:13)! Quando se considera que todas estas afirmações estão sendo feitas pelos convertidos recentes do judaísmo, a religião mais vigorosamente monoteísta que o mundo jamais conhecera, o efeito é simplesmente espantoso! De algum modo, os primeiros seguidores de Jesus foram direcionados a reconhecer que ele tinha uma divindade igual à do Pai, ainda que continuassem a manter seu compromisso com o monoteísmo.
Há pouca dúvida de que a Sagrada Escritura retrata o Espírito Santo como plenamente divino, pois ele é o Espírito de Deus (Mateus 3:16) e de Cristo (Romanos 8:9). Além disso, o único pecado imperdoável é blasfemar contra o Espírito Santo (Marcos 3:29), e mentir ao Espírito Santo equivale a mentir a Deus (Atos 5:3-4). Assim, a preocupação de grande parte do debate inicial sobre o Espírito Santo era definir se o Espírito Santo era uma pessoa distinta. O problema surgiu porque a palavra "espírito" pode também ser traduzida como hálito, e "hálito de Deus" soa como se ele pertencesse à mesma categoria antropomórfica de a mão do Senhor (Êxodo 7:5) e os olhos do Senhor (Gênesis 18:3, 10). (Ninguém está inclinado a admitir Pai, Filho e Espírito/hálito de Deus?) Não obstante, a Igreja concluiu que o Espírito Santo não era meramente uma descrição antropomórfica do hálito de Deus, mas uma pessoa distinta.
Uma razão excelente para se acreditar que o Espírito Santo é uma pessoa, é porque assim o acreditava Jesus. Afinal, Jesus prometeu o Espírito Santo como outro consolador (o que significa outro como Jesus, um da mesma espécie) que vira na sua ausência (João 14:16-17). Se Jesus é uma pessoa divina, então isto implica a vinda de outra pessoa divina. Esta interpretação é reforçada pelo fato de Jesus se referir ao Espírito Santo pelo pronome pessoal "ele", como em "ele dará testemunho de mim" (João 15:26) e "ele vos guiará a toda a verdade" (João 16:13). Esta não seria a maneira de se descrever hálito! Não surpreendentemente, a Igreja inicial vivenciou o Espírito Santo como uma realidade pessoal que falava aos apóstolos e os guiava (Atos 9:31, 13:2).
O Pai, o Filho e o Espírito Santo são distintos. Finalmente, voltamos ao grande número de textos do Novo testamento que distinguem claramente as pessoas. Por exemplo, durante o batismo de Jesus, o Pai falou do céu e o Espírito Santo desceu como uma pomba (Lucas 3:21-22). Dados os os papéis distintos que o Pai, o Filho e o Espírito Santo desempenharam neste evento específico, parece muito implausível supor que o batismo consistia de uma pessoa divina assumindo simultaneamente todos os três papéis! Na verdade, as três pessoas repetidas vezes se distinguem uma da outra quando Jesus orou ao pai em Getsêmani e deu sua palavra ao Espírito no aposento superior. Além disso, podemos acrescentar muitas outras passagens em que as pessoas são claramente distinguidas (ver Mateus 28:19-20; 1 Corintios; 12:4-6; 2 Coríntios 13:13; Efésios 2:18; 1 Pedro 1:2-12; Judas 20-21; Apocalipse 1:4-5).
Esta evidência sugere que, longe de resolver conceber uma doutrina aparentemente contraditória, os cristãos foram obrigados a aceitar este conjunto de afirmações pelas próprias revelações do Novo Testamento. Entretanto, embora este possa ser na verdade o testemunho da Sagrada Escritura, não diminui o fato de parecer envolver uma afirmação contraditória de que um é igual a três! Embora os cristãos admitam o problema, em vez de admitirem que o ensino é contraditório, eles o explicam como sendo um paradoxo (ou seja, uma aparente contradição). Três pontos corroboram esta afirmação. Primeiro, a doutrina da Trindade não é estabelecida de maneira diretamente contraditória. Isto é, os cristãos não dizem que "o Deus único é três deuses". Isso seria contraditório. Em vez disso, declaram que Deus é três pessoas. Embora esta manobra possa ser insuficiente para garantir a coerência da doutrina, é suficiente para evitar uma contradição explícita.
Extraído do Livro " Encontre Deus Na Cabana"