Salmo 103:5
Senhor, o tempo foge aos saltos, aos arrancos,
vai-se o brilho do olhar, vem os cabelos brancos.
A mocidade passa e, sem que se pressinta,
a velhice depois é uma fogueira extinta....
O tempo esmaga o corpo, aperta a fronte, encurva
a coluna de prata e torna baça e turva
a nitidez azul do espaço indefinido...
O olhar, indagador, misterioso, atrevido,
que alcança a curva ideal da imensidão que embriaga,
é como um círio aceso e que depois se apaga...
Não quero envelhecer, quero esta agilidade
em sublime, perpétua, heróica, mocidade...
Quero voltar, Senhor, ao meu desembaraço
que sorvia num salto a vertigem do espaço.
Revivescer! Ressuscitar! Felicidade!
Sentir recuperada a antiga agilidade...
Romper com a manhã, sem preconceitos falsos,
o cabelo revolto, os pezinhos descalços...
O corpo é como bronze- o tempo num momento
transforma, desfigura o altivo monumento!
Senhor cuida de mim, Esperança imortal,
quero revivescer na vida espiritual,
quero ressuscitar, sepultar o homem velho
e ser um porta-voz da nova do evangelho...
Satisfaze a esta sede imensa de verdade...
transforma numa glória a minha mocidade...
Deus do bem e do amor, da paz e da virtude,
conserva para sempre a minha juventude!
Gióia Júnior
" Sua carne se reverdecerá mais do que era na mocidade, e tornará aos dias da sua juventude. "
Jó 33:25
Herivelton F. da Silva
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