terça-feira, 12 de março de 2013

A Trajetória De Jó

           

                   


      O livro de Jó é o maior compêndio sobre o sofrimento humano que conhecemos, ele mostra o limite do ser humano em vista da dor, da calúnia e da perda. O livro de Jó retrata um homem que foi atacado por Satanás, com permissão Divina no campo mental, físico e espiritual.
     Jó perdeu os os seus bens, sua família e foi atacado fisicamente por uma doença incurável, a resposta de Jó em vista da perda dos bens e filhos foi: " O Senhor deu, o Senhor o tomou, bendito seja o nome do Senhor" ( Jó 1:21 ). As Escrituras diz: Que em tudo isso Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma ( Jó 1:22 ). Então Satanás resolveu atacar o seu bem maior, que é sua vida dizendo: " Pele por pele, e tudo que o homem tem dará por sua vida" ( Jó 2:4 ). Só quem define Jó não são seus amigos, também não são os seus inimigos e nem seus familiares, quem define Jó é o próprio Deus " observaste o meu servo Jó? por que ninguém há como ele, homem íntegro e reto, temente a Deus, que se desvia do mal ( Jó 1:8, 2 Cor. 10:18 ). Eu pergunto qual é a definição que Deus tem sobre você? será tão positiva quanto a definição de Deus sobre a pessoa de Jó? Eu aprendo que não devemos está preocupado com o que as pessoas pensam de nós, se o que somos tem aprovação de Deus.

   - A tríplice invertida de Satanás contra Jó revela seu propósito fundamental em provar para Deus que Jó não é o tipo de pessoa que poderia ser aprovado como fiel:

A-  Atacou seus bens- pensando ser Jó materialista, o que o levaria facilmente pecar contra Deus.

B- Atacou sua família- Fazendo-o perder os filhos e colocando a sua esposa contra ele, pensando ter ele a família e não Deus em primeiro lugar.

C- Atacou fisicamente- Com uma doença incurável imaginando que Jó cederia através da dor.


- A evolução da doença de Jó

1) A doença de Jó o levou a sair do convívio familiar.  2:8

2) Seus dias eram cheios de agonia. 7:1-4

3) As chagas de sua pele criaram vermes. 7:5

4) Ele tinha pesadelos constantes. 7:14

5) Os seus ossos contorciam como os de quem estava no tronco. 13:27, 30:17

6) O abrir e fechar das chagas o encheu de rugas enquanto emagrecia. 16:8

7) A doença deu-lhe mau hálito e um cheiro repugnante. 19:17

8) A doença de Jó levou até as crianças o desprezarem. 19:18

9) A doença atacou o corpo inteiro. 19:20

10) Seus ossos ardiam como fogo. 30:30


- Os amigos de Jó seguiam uma teologia errada que dizia que o sofrimento era resultado de algum pecado não confessado. Mas eles eram amigos verdadeiros, só apenas com convicções erradas:

A- Vieram de longe vê-lo.
B- Condoeram-se dele.
C- Vieram consolar-lo
D-Choraram ao ver seu estado.
E- Mostraram profunda tristeza.
F- Ficaram sete dias sentados com ele na cinza.


   Entre as alturas da serenidade espiritual do prólogo e epílogo, estende-se o abismo da agonia espiritual de Jó. A descida e subida do abismo fica marcadas por mudanças súbitas e dramáticas do temperamento espiritual, os dias e as noites de agonia e desespero físico, esgotou totalmente a resistência espiritual de Jó, levando-o a lançar incontidas imprecações sobre o dia de seu nascimento.
   Os amigos de Jó que até esse momento estavam em silêncio, que já durava uma semana, como um luto pelo um morto, suas reações mudam em vista das lamentações lançadas por Jó e resolvem assumir uma posição de juízes, julgando a sua causa deixando de lado o consolo que no princípio mostraram como amigos.

-   O choque entre Jó e seus amigos se dera por causa de dois fatores:

- A auto- justificação de Jó, pondo sua justiça acima  da justiça de Deus, irritaram seus amigos.

- A falta de piedade de seus amigos, pondo seus dogmas acima da compaixão que deveriam exercer, irritaram a Jó.

    No três ciclos de debates podemos ver cada um devendo sua tese, tornando em cada estágio mais acirrado o debate:

- Elifaz- Sem dúvida como o mais velho, abre o diálogo apresentando sua teoria sobre o pecado e o sofrimento aplicando ao caso de Jó.

- Bildade- Prova ser tão incessível quanto Elifaz, em relação a miséria de Jó. Ele despreza a defesa de Jó e o seu lamento e continua dando conselhos a Jó muito parecido com os de Elifaz.

- Zofar- Bruscamente condena a alegada iniquidade de Jó, o seu discurso é um complemento da tese de seus amigos.

- Jó - Por sua vez defende seu lamento e ataca a falta de compaixão de seus amigos, assumindo uma  temerária oposição a qual o conselho de seus amigos o açulou, dirigindo o seu lamento a Deus buscando entender a causa do seu sofrimento.

- O Ciclo de Debates entre Jó e seus amigos nos ensinam:

 1. Os homens debatem tudo dentro do conhecimento limitados que tem, mas desconhecem os mistérios e propósitos de Deus que ultrapassam o entendimento humano.

2. O segredo é confiar no que Deus faz e permite que acontece. É ele e não os homens que tem a chave do nosso destino.

3. Precisamos confiar em Deus mesmo quando não achamos respostas formais para os problemas concretos que fazem parte de nossa caminhada.

4. Precisamos confiar em Deus mesmo quando não há definições formadas sobre indagações que as pessoas fazem sobre o ministério da Revelação Divina.

5. As tentações que sofremos estão sob a providência divina, portanto Deus está pronto a nos conceder vitória.


-Deus e Jó

- Quando o debate entre Jó e seus amigos chega ao fim sem nenhum consenso,surge Eliú,que até o momento era apenas um expectador do debate, mais novo que eles, Eliú esperou todos falarem pra depois manifestar a sua opinião. Deus começa a usar Eliú para se revelar a Jó e seus amigos. A percepção espiritual de Jó era baseada naquilo que as pessoas sabiam sobre Deus, agora Eliú começa mostrar aquilo que Deus realmente é, de maneira definida e profunda que nem Jó e seus amigos conseguiram se opor.

- Deus interroga a Jó :


         Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento ?


-  Agora cinge os teus lombos como homem, e perguntar-te-ei, e tu me ensinarás.


- Deus interroga Jó a respeito da natureza inanimada 38:1-38

1) Onde estavas tu, quando eu fundava a terra ?
2) Quem lhe pôs as medidas, se é que o sabes?
3) Quem estendeu sobre ela o cordel ?
4) Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou sua pedra de esquina ?
5) Quem encerrou o mar com portas, quando este rompeu e saiu da madre ?
6) Quem desde os teus dias deste ordem a madrugada ou mostraste à alva o eu lugar ?
7) Entraste tu até as origens do mar, ou passeaste no mais profundo do abismo ?
8) Descobriram-se-te as portas da morte, ou viste as portas da sombra da morte ?
9) Com teu entendimento chegaste a largura da terra?
10) Onde esta o caminho  onde mora a luz ?
11) Quanto as trevas onde está o seu lugar ?
12) Entraste tu até aos tesouros da neve, e viste os tesouros da saraiva ?
13) Onde está o caminho em que se reparte a luz, e se espalha o vento oriental sobre a terra ?
14) Quem abriu para a inundação um leito, e quem abriu um caminho para os relâmpagos dos trovões ?
15) A chuva porventura tem pai ?
16) Quem gerou as gotas do orvalho ?
17) De que ventre procedeu o gelo ?
18) Quem gerou a geada do céu ?
19) Como debaixo da pedra as águas se endurecem, e a superfície do abismo se congela?
20) Poderás tu ajuntar as delícias do sete-estrelo ou soltar os cordéis do Órion ?
21) Poderás produzir as constelações a seu tempo ?
22) Poderás guiar a Ursa com os filhos ?
23) Sabes tu as ordenanças do céu,ou podes estabelecer o domínio deles sobre a terra ?
24) Podes levantar a tua voz até as nuvens, para que abundância das águas te cubra?
25) Mandarás aos raios para que saíam e te digam: Eis-nos aqui ?
26) Quem pôs a sabedoria no íntimo, ou quem deu a mente o entendimento ?
27) Quem numerará as nuvens com sabedoria ?
28) Os odres dos céus quem os esvaziará ?
29) Quando se funde o pó numa massa, e apegam os torrões uns aos outros ?

- Deus interroga Jó a respeito do reino animal  38:39- 39:30

30) Porventura caçarás tu presa para a leoa, ou saciarás a fome dos filhos dos leões ?
31) Que prepara aos corvos o seu alimento ?
32) Sabes tu o tempo em que as cabras montesas tem filhos, ou observastes as cervas quando dão as suas crias ?
33) Contarás o meses que cumprem, ou sabes o tempo de seu parto ?
34) Quem despediu livre o jumento montês, e quem soltou as prisões ao jumento bravo ?
35) Querer-te-á servir o boi selvagem ?
36) O boi selvagem ficará no teu curral ?
37) Amarrarás com cordas no teu arado?
38)  Ele escavarás os vales após ti ?
39) Confiarás no boi selvagem, por ser grande a sua força, ou deixarás a seu cargo, o teu trabalho ?
40) Fiarás no boi selvagem que te torne o que semeaste e o recolha na tua eira ?
41) A avestruz bate alegremente as suas asas, porém são benignas as suas asas e penas ?
42) Darás tu força ao cavalo, ou revestirás o pescoço do cavalo com crinas?
43)  Espantá-lo-ás como gafanhoto ?
44) Voa o gavião pela sua inteligência, e estende as suas asas para sul ?
45) Remonta a águia ao teu mandado, e põe no alto o seu ninho?
46) Porventura o contender contra o Todo-Poderoso é sabedoria ?

- A resposta de Jó 40:3-5

- Eis que sou vil; que te responderia eu ? A minha mão ponho à boca.
- Uma vez tenho falado, e não replicarei; ou ainda duas vezes, porém não prosseguirei.

     Jó sentiu maior dor em descobrir o propósito do Criador no qual ele fora contrário, do que por tudo que já havia passado Jó 42:6;os nossos maiores sofrimentos se encontram na falta de percepção e sensibilidade que temos diante dos propósitos que Deus tem para nossas vidas. A sabedoria extraordinária do Criador impressionou a Jó tão profundamente que ele não mais quer discutir os caminhos Divinos como fizera mais uma vez.Uma vez que Jó não pode obviamente subir ao trono celestial para experimentar o seu poder de julgar os perversos, Deus propõe um teste mais exequível, convocando um animal invencível para lutar contra um herói humano, isso encontra paralelo na mitologia antiga.
     Pela descrição do texto a seguir é difícil aceitar como interpretação, que esses animais, o  beemote e o leviatã seria apenas o hipopótamo e o crocodilo, como é difícil também imaginar outras criaturas; a verdade é que Deus abre o teste da mesma forma que o fez, quando desafiou Jó a um teste de sabedoria consigo mesmo:


- Segundo teste de Jó 40:6-14 

 Agora cinge os teus lombos como homem, e perguntar-te-ei, e tu me explicarás.


1) Porventura também tornarás tu vão o meu juízo, ou tu me condenarás, para te justificares ?
2) Tens braço como Deus, ou podes trovejar com voz como ele o faz ?
3) Porventura podê-lo-iam caçar o beemote à vista dos seus olhos, ou com laços lhe furar o nariz ?
4) Poderás tirar com anzol o leviatã, ou ligarás a sua língua com uma corda ?
5) Podes pôr um anzol no seu nariz, ou com um gancho furar a sua queixada ?
6) Porventura multiplicará as súplicas para contigo, ou brandamente falará ?
7) Fará ele aliança contigo, ou o tomarás tu por servo para sempre ?
8) Brincarás com ele, como se fora um passarinho, ou o prenderás para tuas meninas ?
9) Os teus companheiros farão dele um banquete, ou o repartirão entre os negociantes ?
10) Encherás a sua pele de ganchos, ou a sua cabeça com arpões de pescadores ?
11) Apanhá-lo; pois não será o homem derrubado só ao vê-lo ?
12) Ninguém há tão atrevido, que a despertá-lo se atreva; quem, pois é aquele que ousa erguer-se diante de mim ?
13) Quem primeiro me deu, para que eu haja de retribuir-lhe ?
14) Quem descobrirá a face da sua roupa ?
15) Quem entrará na sua couraça dobrada ?
16) Quem abrirá as portas do seu rosto ?

- A resposta de Jó e seu último estado

- O conhecimento que Jó tinha sobre Deus, era baseado no conhecimento universal, no que as pessoas sabiam sobre o criador, e é nesse conhecimento que Jó define Deus erradamente,( Eu te conhecia de ouvir falar...). Hoje é através desse conhecimento que as pessoas define Deus, sem perceberem que somente através de uma experiência pessoal é que Deus pode ser conhecido; ( Agora te vêem os meus olhos).
  Deus começa mudar o cativeiro de Jó com base na definição que Deus tinha sobre ele: homem íntegro e reto, que teme a Deus e se desvia do mal ( Jó 1:8 ) e baseado na integridade que Jó defendia: Sou inocente, Qual é o meu pecado e transgressão ? ( 9:21, 13:23 ).
  Deus é o Deus do impossível, e a forma que Ele trabalha  é nas impossibilidades humanas, a isso chamamos de milagre; milagres não é uma ação sobrenatural de Deus, e sim uma manifestação em que Deus usa os elementos criados e as pessoas, afim de estabelecer os seus propósitos. Quando Deus quer curar uma pessoa, ele usa os elementos existentes, no caso a medicina, Ele usa o médico quando as possibilidades humanas existente ou recursos se esgotam, a ponto de tanto esse médico como a medicina reconhecerem a ação de Deus no processo. O caso de Jó revela esse aspecto maravilhoso de Deus, Ele não restaurou Jó em um passe de mágica ou seja não usou o sobrenatural ainda que podia, más usou as pessoas, tocou nelas para que se sensibilizasse e o ajudasse no processo de restauração. Jó 42:11-12- Então vieram a ele todos os seus irmãos, e todas as suas irmãs, e todos quantos dantes o conheceram, e comeram com ele pão em sua casa, e se condoeram dele, e o consolaram acerca de todo o mal que o Senhor lhe havia enviado; e cada um deles lhe deu uma peça de dinheiro, e um pendente de ouro. E assim abençoou o senhor o último estado de Jó, mais do que o primeiro:

1) Primeiro estado                      2) Segundo estado
- Sete mil ovelhas                           - Catorze mil ovelhas
- Três mil camelos                          - Seis mil camelos
- Quinhentas juntas de bois             - Mil juntas de bois
- Quinhentas juntas jumentas           - Mil jumentas
-  Muitos funcionários                     - Muitos funcionários

- Quanto mais oramos pelas pessoas, mais direcionadas são as bençãos de Deus para as nossas vidas. Jó 42:10
- Quando somos fiéis a Deus em nossas adversidades, Ele nos exalta acima de todas circunstâncias contrárias que passamos. Jó 42:12a

          Jó completou o círculo de sua vida, como o homem mais abençoado de sua época



                                                                                                                       Herivelton F. da Silva

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